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Opinião

O Brilho que a Injustiça Não Pode Apagar

A trajetória de punição de um jovem que enfrenta o racismo velado e se recusa a ser silenciado.

Publicada em 30/10/2024 às 15:40h | Edy Shekinah 

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Prefeitura Municipal

O Brilho que a Injustiça Não Pode Apagar
(Foto: AFP)  (Foto: Site Lance)


Gostaria de expressar minha mais profunda gratidão à France Football por nos lembrar que, mesmo em um mundo onde o talento e a dedicação deveriam ser os principais critérios, ainda há espaço para surpresas e decepções. Continuem com o excelente trabalho de nos mostrar que a justiça e a imparcialidade são conceitos que ainda precisam ser melhor compreendidos.

No mundo do futebol, onde talento e paixão se encontram, ainda há sombras de injustiça que insistem em se manifestar. Vinícius Júnior, a jovem estrela do Real Madrid, não apenas encanta com sua habilidade nos gramados, mas também se destaca por sua resistência e coragem diante do racismo velado, um mal que persiste sorrateiramente em nossa sociedade.

A recente entrega da Bola de Ouro para outro jogador levantou suspeitas de que preconceitos possam ter influenciado essa escolha. A justificativa de que a presença de vários jogadores do Real Madrid no top-10 teria dividido votos soa como uma tentativa de mascarar uma realidade mais dura. Até porque não é a primeira vez que se tem um pódio com vários jogadores do mesmo time, na verdade, é até comum. Se um time se destaca ao longo da temporada e coroa a mesma com grandes títulos, é quase óbvio que terá jogadores entre os melhores.

Vinícius Júnior já enfrentou diversas manifestações de racismo ao longo de sua carreira. Desde os gritos de macaco até as injúrias nas redes sociais, ele nunca se calou. Essa postura firme lhe rendeu antipatia de alguns, mas também fez dele um símbolo de resistência. A ideia de que um jovem negro, nascido na favela e sul-americano, possa ser o melhor do mundo é uma realidade que muitos ainda têm dificuldade em aceitar.

A frase proferida por Rodri na conquista do prêmio é bem emblemática: "o futebol venceu". Ora, seria uma derrota do futebol a vitória de um cara que jogou 10 partidas na principal competição europeia, a Champions League, fez 6 gols e deu 5 assistências? Ou seja, participou de 11 gols em dez jogos. Realmente faz muito sentido o futebol perder ao premiar um cara que fez 26 jogos no Campeonato Espanhol por lesão e fez 15 gols e deu 6 assistências, ou seja, 21 participações em gols em 26 jogos. O cara que decidiu a Supercopa da Espanha com gols na final contra o Barcelona, que fez o gol do título da Champions, que fez gols decisivos nas semifinais contra o Bayern de Munique, que curiosamente fez gols decisivos contra o Manchester City do próprio Rodri, cuja única contribuição nesse confronto foi receber um cartão amarelo.

Quando se fala de Vinícius Júnior e Rodri, temos lembranças distintas do ano em questão. De um, lembramos de momentos individuais marcantes e decisivos. Do outro, de absolutamente nada além dele erguendo o troféu pela seleção. Aliás, troféu em que jogadores como Lamine Yamal e Dani Olmo foram bem acima do atual "melhor do mundo".

Grande vitória no futebol é dar o prêmio de melhor do mundo para um cara que sequer esteve na seleção dos melhores da Champions, sequer foi eleito melhor jogador do seu time... Mas é europeu, formado em Gestão e Administração de Empresas e tem uma estética mais aceita aos padrões de alguns ou muitos.

Talvez muitos que concordam com uma sandice dessas nunca passaram por situações mínimas que sejam de ver seu talento ser ofuscado não apenas pela competição da vida ou mercado, mas por questões subjetivas e veladas que ainda persistem nos gramados e nas salas de decisões. Baseado em uma discriminação que se esconde atrás de pretextos e justificativas, que não grita, mas sussurra, corroendo oportunidades e minando a dignidade. Muitas vezes não passível de credibilidade do denunciante, por ser algo velado, e passível de se olhar e falar "ah, não é bem assim, você está exagerando".

Mas essa forma insidiosa de racismo se manifesta quando, por exemplo, apesar de suas conquistas e impacto no campo ou na vida, você vê o prêmio ou reconhecimento ser entregue a outro que tem menos conquistas e impacto. E são usados argumentos que cortam fundo na percepção de justiça.

Vinícius Júnior não é apenas uma vítima, ele é um combatente. Ele permaneceu firme. Não se calou. Não se curvou. Ele representa não apenas o talento, mas a resistência. Sua luta é a de muitos jovens negros que se recusam a aceitar o papel que a sociedade tenta lhes impor.

A decisão de não premiar Vinícius Júnior não é apenas uma questão esportiva, é um reflexo de uma sociedade que ainda luta contra os fantasmas do preconceito. Mas o brilho de Vinícius é uma estrela que a injustiça não pode apagar.

Assim como para você, para mim e para outros jovens negros, a verdadeira vitória não está nos troféus, mas na capacidade de desafiar e superar as barreiras impostas pelo racismo. Neste caso, Vini nos inspira a continuar lutando, a nunca nos calarmos diante das injustiças e a acreditar que, um dia, o melhor do mundo será reconhecido por seu talento, independentemente da cor de sua pele.




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